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segunda-feira, 11 de maio de 2009

METAFORFOSE do Segundo Milênio

(baseada na belíssima obra de OVÍDIO_Metamorfose)


Darei a este diário
Um toque bem popular,
Por isso vim realçar
Obra de um grande ideário
Decifrando o imaginário,
O mito da criação,
Quando Ovídio em coração
Compos o “Metamorfoses”.
Falarei somente em doses
Com muita admiração!

É quase uma oração
Esta obra estudada,
Transformada parte dela
Em cordel, estruturada.
Mostrarei este Ovídio
Sem mentira e subsídio
Nesta poesia cantada.

Começou sua caminhada,
Março de quarenta e três,
Antes de Cristo ele nasce
E pra o mundo ele se fez.
Latino, este poeta,
E com semente indireta
Escreveu até pra Inglês.

Com a sua altivez
Nessa era ele compos
Entre os anos dois e oito
“Metamorfoses” expos.
Foi o mais ambicioso
Poema, e mais grandioso,
Que pra nós ele dispos.

Doze mil versos compos
Em sua mitologia,
Ele assim a destinou
Hoje para Academia.
Sendo tudo convencível,
Uma idéia admissível,
De nada se associa!

Este tesouro irradia
A total metamorfose,
Onde homens viram fontes,
Rios, pedras... Overdose!
Num universo estrutural,
Tudo ficcional
Verdadeira simbiose.

Seu poema é virtuose
Uma verossimilhança
Mascarando a realidade,
Comentário que não lança.
Nem reflexão se faz
De uma teoria a mais,
Nada tem de semelhança.

Ovídio fez aliança
Co’esta bela narrativa
Desdobrada em poema,
É cantada e abusiva.
E as origens deste mundo
Desenhadas bem a fundo
Global e evolutiva.

Narrativa em primitiva,
Começo da criação,
Chamamos cosmogonia
Que rendeu a relação
Entre o caos e entre a ordem,
Mas que isso nos transbordem
De estudo e de emoção.

Fez a sua evocação
Nesta gigantomaquia,
Fez a eliminação
De Saturno, sem magia,
Que pode ser comparada
A de Cronos e embalada
Por Zeus na Teogonia.

O poeta, em calmaria,
Atribui a criação
Do homem a Prometeu,
Um modelo em extinção,
Que separa o céu e a terra,
E Dermiugo se descerra
A fazer premonição.

E com esta descrição,
Este artista criador,
Vai modelando a imagem
Divina do Salvador.
Ovídio é fenomenal
Sempre intertextual
Fez o homem um leitor.

Quatro eras, este autor,
Apresenta em imediato
Lutam gigantes e deuses
Do Olímpio, um fato ingrato.
Relatando o verdadeiro
Mundo mítico inteiro
E hesiódico de fato.

Seguindo este relato
Com fidedignidade
Vem a idade do OURO
Sem repressão e vontade.
A lealdade e a justiça
Mesmo sem lei é premissa
Conservando a igualdade.

Punição e atividade,
Nesta era, sem ser mouro,
Não havia a repressão,
E a justiça, um ancoradouro.
Os homens eram contentes
Terra e paz, os ambientes,
Conheciam seu tesouro.

Nessa época de “ouro”
Homens colhendo as amoras
E cerejas nas montanhas,
Viam nas suas senhoras,
Assim como a primavera,
Que a brisa calma era,
As mais lindas das “Auroras”.

A fauna em suas afloras,
Os muitos rios de leite,
Néctares são dourados
Pra que a primavera enfeite.
A liberdade e o ócio
Parece ser sacerdócio,
Chegando ao fim o deleite.

Surge a PRATA, sem enfeite,
Surge um Saturno sombrio
Sob o domínio de Júpiter,
Traz o calor, surge o frio,
Encurtando a primavera
Nessa sucessão de Era
A Prata está por um fio.

Sem parecer arredio
O ar abafado soprou,
Sem abrigos e florestas
O boi se resfolegou.
Parecia uma desordem
E nessa premissa, a ordem,
Do homem desamarrou.

Chega o BRONZE, aportou,
Índoles adquiriram
Um caráter agressivo
Com rapidez emergiram.
E a atividade humana,
Condição de vida emana,
Seus efeitos conseguiram.

E por último surgiram,
Marcando a liberação
Cuja trapaça é total,
Homens, dissimulação.
Instalou-se em patamar
Era de FERRO a marcar
Chegando a conspiração.

Violência em prontidão,
Desejo de possuir,
O homem abriu suas velas
A ventos lhe progredir.
Sem conhecer navegantes
Cortam pinheiros, sem antes
Saberem que vão ferir.

Em tempos de competir
Construíram embarcações
P'ra transporem os seus rios
E em solo, demarcações.
Sugando a vitalidade,
A real felicidade,
De outras civilizações.

Forçaram a terra às ações
Que revelou sua riqueza
Escondida entre as sombras
Que um dia deu-lhes nobreza.
Sendo um metal precioso,
Raiz de um mal horroroso,
Sem critério e singeleza.

E no ar dessa tristeza
Encontraram o pecado
Junto ao OURO veio a guerra
Empilhando o abastado.
Ninguém sentia seguro
Cresce a matança e o escuro
Fazendo um triste legado.

Este homem acabado,
Filhos que mataram pais,
Estava subjugado,
Último dos imortais.
Nesta terra ensanguentada
Já não lhe restava nada,
Nem lembrar dos ancestrais!

Por pena desses mortais
Levou Júpiter defender,
Mandou raios, sem clemência,
Aos gigantes pra morrer.
Eles fariam da Terra
Uma pérfida na guerra
Sem o humano combater.

Triste clima, a comover,
Fez a Mãe Terra chorar,
Através daquele sangue
Que esta guerra fez jorrar.
Novos corpos são moldados,
Sendo eles recordados
P'ra sua forma voltar.

Terra que fez transformar
Descendência original,
Mesmo assim a nova raça
Manteve seu lado mal.
Pelos Deuses desdenhada,
Violenta e mal amada,
Filhos do sangue... E afinal?

* Rebiza