Conheço um casal “Sui Generis” que vive uma situação muito interessante. Foram casados por muitos anos e um dia se divorciaram. Tinham problemas normais de qualquer casal, mas a facilidade da separação resolvia qualquer um naquela época. Sim, porque hoje nem se precisa casar para se separar.
A separação consensual e o divórcio os levaram as inúmeras situações na vida.
Entre eles, viveram-na sem muita “perturbação”.
Ela não o incomodava com os problemas oriundos de educação e finanças, em relação aos filhos, embora vivesse uma vida de situações, nem sempre boas, às vezes até complicadas, e ele vivia sua vida tranquila, tendo constituído outra família. Esposa, filho e moradia, tudo a contento. Até que a casa caiu, digo: se separaram...
Mas após dezessete anos e alguns meses, minha amiga e o ex reencontraram-se. Em comum resolveram retomar a vida.
As mudanças, naquele início, eram visíveis e as melhores. Assim eles diziam. E, com o passar do tempo, as coisas foram se mostrando contrárias.
Vida a dois, de novo, porém em outra situação.
Filhos adultos e agora até avós! Tudo para dar certo, mas as mágoas do tempo não conseguiram apagar.
Que fazer para darem continuidade a essa situação inédita e tão difícil?
Após quase dezoito anos voltar uma vida de companheirismo, lhes fizeram mostrar um outro lado: atitudes apreendidas, na marra, nesse vácuo no tempo.
Ela escreveu-me um texto com o título “Mais um dia e a coisa explode...”.
Fiquei chateada de não poder ajudá-los, afinal são eles que deverão tomar a atitude que melhor convir. Creio que saberão encontrar um caminho em que, possivelmente, o espaço será preenchido pelas coisas boas da vida que, ainda, não conseguiram viver juntos.
“Passam os dias na esperança que façamos algo para modificar esses anos de ausência, uma ausência mútua, e nesta ausência muita presença de fatos marcantes.
Pensei ser mais fácil nos entendermos. Sonhei com dias, semanas, meses, e, até anos de felicidade. Imaginei poder distorcer a imagem que fiz de você. A imagem do ausente, literalmente ausente. Pensei preencher o espaço vazio, mas acho que não foi possível. Quem sabe se por mim? Quem sabe se por você? Quem sabe se por nós dois?
Muitas situações estão presentes e a principal delas é a inércia do não querer vencê-las, vencer os obstáculos do tempo que nos distanciou.
Não está sendo fácil, nem para mim, nem para você. Precisaríamos de muita compreensão e entusiasmo. Quanto à compreensão em relação a você eu não me dei a chance devida, mas, com certeza, o entusiasmo em mim você deixou pra trás.
A partir dessa constatação minha vida se tornou meio cinza, meio marrom. Meio sem sal, meio sem doce. Meio de um caminho sem saída.
E aí? Fazer o quê? Todos os dias eu me pergunto: fazer o quê??????
Sei lá...
Ainda não sei como dar fim a esse impasse, talvez nem tenha vontade. Não pelo sofrimento, mas pela esperança de nos enxergarmos como somos agora.
Sei que não está nada bom vivermos assim. Suas palavras duras e realistas me desencorajam, meu jeito de ser o desanima, a sua decisão de um espaço só para você me sucumbi e eu, que nunca me senti em estado de derrota, me rendo a esse sentimento tão mesquinho e frustrante.
Não sou mais a mesma, nem você. Mudamos e não aceitamos, talvez seja essa a única verdade. Há um cheiro de teimosia no ar.
Só quero ter forças para vencer mais esse obstáculo. Não quero me dar por vencida.
Espero que essa batalha contra o tempo que passou não termine em perdas, já chega o que perdemos.
Disso não devemos abrir mão!”
Este espaço será revitalizado, pois comecei escrevendo poesias, pequenos contos, crônicas e artigos, mas, agora, com mais disponibilidade de tempo, investirei no campo propriamente dito da Educação. Palestras e consultorias serão possibilidades futuras.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
sábado, 16 de janeiro de 2010
“Luta pela sobrevivência anula civilidade, dizem psicólogos”.
De acordo com o texto, publicado na Folha Online, as imagens em meio as ruínas desolam qualquer cidadão, mesmo que este seja extremamente realista.
Nos três últimos dias nos deparamos com uma catástrofe imensurável. O povo haitiano foi vítima da fúria da natureza, que responde tão violentamente, quanto nós que destruímos nossa Terra. Compactuamos, todos, com o desgaste do mundo, mas nesse momento a ajuda humanitária dos brasileiros é fundamental para dar um mínimo de cidadania aos nossos irmãos haitianos.
Segue parte do texto de Mary Pérsia, da Folha Online, com relato de profissionais que, neste momento, se encontram no Haiti, na tentativa de amenizar o sofrimento daquele povo. “Para os haitianos, a incerteza quanto ao futuro diz respeito não ao próximo ano ou década, mas à próxima hora. Onde não há quase nada, a civilidade desaparece. "Vemos o desespero ali. Existe uma perda de controle das pessoas", diz Leila Tardivo, livre-docente do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). "Muito da própria civilidade se perde. Há um desespero mais que animalesco na briga por comida."
Segue Mary: “Para a psicóloga, o mundo está diante de um vórtice de estresse incomensurável. É quase uma horda primitiva, e digo sem qualquer preconceito. É a perda da civilidade, da evolução como homem, provocada por uma situação extremada que não podemos julgar --não nos é dado esse direito. Qualquer um de nós poderia fazer aquilo."
Diferentemente do que as imagens divulgadas na TV e na internet podem sugerir, o ato de saquear comida pode ser a face de um contexto emocional que não tem relação com o egoísmo, ressalta Eliana Torga, coordenadora da comissão de emergências e desastres do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais. "As pessoas que saquearam podem ter tido um ato altruísta, no sentido de dar aquele alimento para o filho ou para a mãe. É uma situação muito além dos limites dele", considera. "Aquela realidade mexe tão profundamente com questões básicas do ser humano que eles perdem os controles sociais que todos temos, de moralidade."
Hoje, o Haiti é um terreno mais que favorável ao estresse pós-traumático, numa equação cujos fatores são muito mais antigos que os tremores de magnitude 7,0. "O desenvolvimento do quadro de estresse está ligado a comprometimentos anteriores ao evento. As pessoas já eram vítimas de problemas antes do desastre", diz Ângela. Se antes do terremoto os sentimentos de insegurança e desordem estavam sempre presentes, agora eles são gritantes.
Lembra Eliana. "Quanto mais rápido for restabelecida a normalidade da vida, menor o comprometimento", referindo-se tanto a questões emocionais como físicas. "O fato de ter fé ajuda muito a manter a esperança. Mas o que vai confortá-los é o atendimento das necessidades básicas. É preciso um abrigo, de lona que seja. Um psicólogo pouco ou nada poderá fazer se não houver o que comer."
No trabalho da ajuda humanitária para prover comida, abrigo e um mínimo de sanidade, é importante não subestimar as capacidades das vítimas e buscar contemplar a cultura e a experiência locais, afirma Márcio Gagliato, psicólogo que atuou em regiões de conflito como Timor Leste, Ruanda e Sudão. "É preciso ver essas pessoas como sobreviventes ativos. Eles são os proprietários da sua localidade, têm uma cultura. É necessário colocá-los nesse processo", diz o especialista. "É algo fundamental para pensar no processo de reconstrução."
Assim, a comunidade mostra-se mais importante do que um psicólogo, e as equipes de auxílio devem estar atentas a isso. "Coisas simples como facilitar a comunicação entre eles para que se encontrem são muito importantes", diz Gagliato.
Coisas simples que podemos fazer:
ONG VIVA RIO
BANCO DO BRASIL
Agência: 1769-8 / Conta corrente: 5113-6
Favorecido: VIVA RIO DOAÇÕES
CNPJ: 00343941/0001-28
A organização mantém uma sede na capital haitiana, para onde estão indo muitos dos atingidos pelo tremor.
Viva RioRua do Russel, 76 – Glória Rio de Janeiro-RJ CEP: 22210-010 Tel.: (0xx21) 2555-3750 / e-mail: faleconosco@vivario.org.br
CONFIRME NO SITE VIVA RIO.ORG: http://www.vivario.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1847&sid=16
Acesse FOLHA ON LINE http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u680119.shtml
Nos três últimos dias nos deparamos com uma catástrofe imensurável. O povo haitiano foi vítima da fúria da natureza, que responde tão violentamente, quanto nós que destruímos nossa Terra. Compactuamos, todos, com o desgaste do mundo, mas nesse momento a ajuda humanitária dos brasileiros é fundamental para dar um mínimo de cidadania aos nossos irmãos haitianos.
Segue parte do texto de Mary Pérsia, da Folha Online, com relato de profissionais que, neste momento, se encontram no Haiti, na tentativa de amenizar o sofrimento daquele povo. “Para os haitianos, a incerteza quanto ao futuro diz respeito não ao próximo ano ou década, mas à próxima hora. Onde não há quase nada, a civilidade desaparece. "Vemos o desespero ali. Existe uma perda de controle das pessoas", diz Leila Tardivo, livre-docente do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). "Muito da própria civilidade se perde. Há um desespero mais que animalesco na briga por comida."
Segue Mary: “Para a psicóloga, o mundo está diante de um vórtice de estresse incomensurável. É quase uma horda primitiva, e digo sem qualquer preconceito. É a perda da civilidade, da evolução como homem, provocada por uma situação extremada que não podemos julgar --não nos é dado esse direito. Qualquer um de nós poderia fazer aquilo."
Diferentemente do que as imagens divulgadas na TV e na internet podem sugerir, o ato de saquear comida pode ser a face de um contexto emocional que não tem relação com o egoísmo, ressalta Eliana Torga, coordenadora da comissão de emergências e desastres do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais. "As pessoas que saquearam podem ter tido um ato altruísta, no sentido de dar aquele alimento para o filho ou para a mãe. É uma situação muito além dos limites dele", considera. "Aquela realidade mexe tão profundamente com questões básicas do ser humano que eles perdem os controles sociais que todos temos, de moralidade."
Hoje, o Haiti é um terreno mais que favorável ao estresse pós-traumático, numa equação cujos fatores são muito mais antigos que os tremores de magnitude 7,0. "O desenvolvimento do quadro de estresse está ligado a comprometimentos anteriores ao evento. As pessoas já eram vítimas de problemas antes do desastre", diz Ângela. Se antes do terremoto os sentimentos de insegurança e desordem estavam sempre presentes, agora eles são gritantes.
Lembra Eliana. "Quanto mais rápido for restabelecida a normalidade da vida, menor o comprometimento", referindo-se tanto a questões emocionais como físicas. "O fato de ter fé ajuda muito a manter a esperança. Mas o que vai confortá-los é o atendimento das necessidades básicas. É preciso um abrigo, de lona que seja. Um psicólogo pouco ou nada poderá fazer se não houver o que comer."
No trabalho da ajuda humanitária para prover comida, abrigo e um mínimo de sanidade, é importante não subestimar as capacidades das vítimas e buscar contemplar a cultura e a experiência locais, afirma Márcio Gagliato, psicólogo que atuou em regiões de conflito como Timor Leste, Ruanda e Sudão. "É preciso ver essas pessoas como sobreviventes ativos. Eles são os proprietários da sua localidade, têm uma cultura. É necessário colocá-los nesse processo", diz o especialista. "É algo fundamental para pensar no processo de reconstrução."
Assim, a comunidade mostra-se mais importante do que um psicólogo, e as equipes de auxílio devem estar atentas a isso. "Coisas simples como facilitar a comunicação entre eles para que se encontrem são muito importantes", diz Gagliato.
Coisas simples que podemos fazer:
ONG VIVA RIO
BANCO DO BRASIL
Agência: 1769-8 / Conta corrente: 5113-6
Favorecido: VIVA RIO DOAÇÕES
CNPJ: 00343941/0001-28
A organização mantém uma sede na capital haitiana, para onde estão indo muitos dos atingidos pelo tremor.
Viva RioRua do Russel, 76 – Glória Rio de Janeiro-RJ CEP: 22210-010 Tel.: (0xx21) 2555-3750 / e-mail: faleconosco@vivario.org.br
CONFIRME NO SITE VIVA RIO.ORG: http://www.vivario.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1847&sid=16
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