Ser PROFESSOR

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A importância do livro no século 21


As mudanças no mundo aconteceram tão freneticamente, que o livro deixou de ser visto por muitas pessoas, como o único meio de informação. Essas mudanças aceleradas aconteceram após o advento dos computadores.
Embora a Internet nos leve a uma gama imensurável de informações (que podem ser precisas ou não) o livro, que outrora era a única, ainda é a melhor fonte de informação. E partindo desse pressuposto temos a garantia que o livro nos faz deslocar, viajar, para outros continentes, outros mundos, sem jamais termos saído do mesmo lugar.
Viajamos com nossos sonhos, que vagam ou desabrocham em outras terras. Conhecemos pessoas, animais. Conhecemos amores. Vemos o misterioso, a violência. Divagamos em pensamentos...
Como educadores orientamos alunos no século passado e garantimos no Século 21 este mecanismo de informação, entretenimento e cultura, através do prazer. Do prazer de ler. Da imaginação.
Ao lermos um livro evoluímos e desenvolvemos a nossa capacidade crítica e criativa.
Um livro é sempre o livro.
Sendo ele bem explorado pela criança desde sua fase infantil, ela compreenderá e se apropriará dos códigos que envolvem esta fabulosa ferramenta. Ferramenta básica para o sustento de uma vida que se inicia através da leitura, seja ela, por desenhos ou palavras. Da série ou Período Inicial até à universidade, estendendo-se por toda vida, o livro é um instrumento que acompanha nossa existência. Ele propicia uma porta à nossa inteligência, investindo em nosso dom natural.
E, por acreditar em tudo isso, lancei-me na grande vontade de escrever. E por prazer.
Compactuei textos vividos ao longo das três décadas de ensino, aprendendo com a leitura, também, de mundo.
Concluo deixando uma pergunta no ar:
- Quem de nós seria o que somos, se não fosse aquele que nos abriu as portas do universo e é tão amado por milhões de pessoas em pleno Século 21?
* Rebiza

Instrução para se chegar ao melhor lugar do mundo

Por um momento pensei que seria difícil descrever o melhor lugar do mundo, porém, com apenas um olhar pude perceber que ele estava aqui, na escola, onde meninos e meninas habitam por algumas horas. Pude perceber que não era difícil instruí-los para que juntos pudéssemos chegar até esse lugar (até ele). Andei mais apressadamente e olhei ao fundo do corredor. Lá estava a grande oportunidade e tão perto! Cheguei na porta e sorri para mim mesmo. Lá guardava meus sonhos, minhas aventuras, minhas descobertas. Abri a porta e entrei.Naquele instante percebi que podia viajar pelos mais longínquos lugares do Planeta e, quem sabe, chegar ao País das Maravilhas! Naquele lugar teria o passaporte para muitas viagens maravilhosas. Poderia estar no país onde as flores cantam e animais falam, onde pedras se movem como um bando de formigas a procura de alimentos e, até mesmo, princesas se apaixonam por sapos que poderiam ser transformados em príncipes da Cidade Cibernética. Nesta cidade os robôs seriam fabricados a imagem do homem e os bonecos seriam transformados em soldadinhos de chumbo... e como pesam! Mas o melhor estaria por vir. Não teria despesas com transporte, não teria cansaço, e, principalmente, seria muito prazerosa. Poderia participar das grandes navegações, ajudaria a descobrir o Brasil! Quem sabe conheceria Adão e Eva? Quem sabe? Então percebi que já estava lá. Estava na Sala de Leitura. Saí de fininho e voltei a sala de aula para dar essa instrução necessária.
Ofereci aos meninos e meninas a maior viagem que podíamos fazer. Com eles embarquei, naquele momento, à viagem fascinante do mundo dos livros.
* Rebiza

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Isso não tem na cidade..

Eu nasci na zona urbana
Conheci muitos lugares,
Mas foi indo ao nordeste
Onde vi familiares,
Que eu tive a felicidade,
Isso não tem na cidade,
De ver simples os olhares!

Os lugares singulares
Que eu vi, participei,
Foram mais que alegrias
Que comigo já guardei.
Isso não tem na cidadeA grande variedade
De carroças que eu andei.

Muitas coisas desfrutei
Quando estive no sertão
Conheci Caruaru
Que tomou meu coração.
São simples, sem vaidade,
Isso não tem na cidade,Este local de emoção.

Pingos d’água pelo chão,
Cantarolar na pracinha,
Brincar na frente da casa,
Papear com a vizinha.
Isso não tem na cidade,Pois nos falta a liberdade
Parecendo criancinha.

Por a pipa, dar a linha,
Jogar bola, pé no chão,
Isso não tem na cidade,Não fazemos isso não!
Quero rir, dar gargalhada,
Fazer muita galhofada
Ser feliz, ter emoção!



Carmem Miranda


(homenagem pela comemoração dos seus 100 anos)

Portugal nos importou
A Maria admirável
Ela é Carmem Miranda
Pseudônimo adorável.
Atriz luso-brasileira
Cantora que ergue a bandeira
De um Brasil incomparável.

Quando pequenina veio
Para o Rio de Janeiro
Instalando-se na Lapa
Quando o pai se fez barbeiro.
Acreditem, se quiser,
Estudou pra ser mulher
Com o hábito costumeiro.

No ano de vinte e seis,
Como se fosse magia,
Carmem apareceu de vez
Em uma fotografia.
Foi na seção se cinema
Sua foto foi pequena,
Pedro Lima a conhecia.

No ano de vinte e nove
Ela foi apresentada
Para Josué de Barros,
De uma vida estruturada.
Ele fez do seu talento
Em teatro e evento
Uma atriz linda e encantada.

E um estilo bem eclético
Movimento cultural,
Surgiu aqui no Brasil
“Tropicália”, sem igual.
Ela é foi considerada
A mulher mais adorada
Da revista e do jornal.

Fez sua fama na América
Do Sul e também do Norte,
Fez teatro de revista,
Fez rádio, TV, que sorte!
No cinema fez sucesso,
Cantou em Inglês, progresso,
Sua alegria foi seu forte.

No mesmo ano lançou
Por gravadora alemã,
Seus primeiros LPs
Conhecendo o lado fã.
Cantou samba e chorinho,
Muitos outros, com carinho,
Que ajudou a sua irmã.

Aqui no Rio de Janeiro
Deu inicio a sua carreira,
Fez sucesso com “Taí”,
Já era mulher faceira.
Nessa época formal
Apontada no jornal
A CANTORA brasileira.

Fez a primeira turnê,
Mas já era nacional,
Em Buenos Aires foi
E voltou logo, afinal,
Pois foi na Rádio Belgrano
Que sucesso, sem engano,
Tornou–se internacional.

“Alô, Alô Carnaval”,
Fez sucesso no cinema,
Com Aurora, sua irmã,
Uma dupla em poema.
“Cantoras do Rádio” foram,
Cassino da Urca estouram
Sai da cena, chega à fama.

Logo foi para os States
Depois lá se consagrou
Após Guerra Mundial,
Carmem naturalizou.
E dali sucesso a viu,
O amor lhe conduziu
E por lá até casou!

Mas nem tudo é alegria
A atriz se entristeceu
Foi dependente de álcool
E na droga se perdeu.
O marido americano
Conseguiu matar seu plano
Nem a Carmem percebeu.

Foi nesse tempo que ela
Retornou para o Brasil
Tratou da sua doença
Todo povo também viu.
Mas do vício fez doença
Nada ela teve em crença
Carmem Miranda partiu!

Hoje temos um Museu
Dedicado à cantora
Nele tem as suas roupas
De mulher arrasadora.
Sempre foi fenomenal
E mulher não teve igual,
Salve Carmem, a propulsora!

"Taí...
Eu fiz tudo pra você gostar de mim.
Ah! Meu Deus não faz assim comigo, não,
Você tem, você tem que me dar seu coração!!!!
"






* Rebiza

quarta-feira, 13 de maio de 2009

História de um par



A muitos anos atrás duas pessoas encontravam-se com a finalidade de viverem juntas para sempre, porém a vida não os poupou.
Anos após veio a separação e caminhos divergentes aconteceram. Cada um foi para um lado sem estarem preocupados um com o outro. Águas rolaram, acontecimentos alegres e tristes os mostraram alegrias e arrependimentos. Porém, anos após, como num passe de mágica, mais uma vez a vida os pregou uma peça. A solidão a dois que ambos sentiam os fizeram deixar para trás experiências boas e algumas mal vividas. Transformaram-se em pessoas diferentes, pois o tempo é a escola da vida. Mudaram hábitos, atitudes, comportamentos. Mudaram muito, quase tudo, mas não perderam a amizade que sentiam um pelo outro. E como dizem: "um raio não cai na cabeça por duas vezes", eles se enganaram. Caiu sim! A vida se incumbiu de os unir num momento especial. E eles se reencontraram. A vontade em viver e reconquistar cada espaço, agora, não tem pressa. A antiga correria transformou-se em prazer de coisas, às vezes, banais. A natureza transfromou-se numa aliada. Um belo por do sol; uma caminhada a dois; o cheiro do ar puro do mar fazem parte desta reviravolta. O respeito transformou-se numa grande verdade, pois amadureceram. Conheceram a dor do não, mas também a alegria do sim. Aprenderam dizer palavras com reservas para não se machucarem, pois, viveram muitos outros momentos: caíram, levantaram, reergueram e reaprenderam com as teorias e práticas que a vida nos impõe. Agora é somente uma questão de paciência. Uma paciência engraçada, onde precisarão, antes de tudo, se reconhecerem. Reconhecerem com os erros e acertos. Saberem se entender. Reconstruírem juntos, e de novo, uma vida a dois baseada na maturidade e coerência. É preciso muita paciência para que ela seja transformada em total alegria. Mas nada será igual à antes. O tempo passou, porém a felicidade não ficou perdida; será reconquistada a vontade dos dois, com lealdade, querência, companheirismo e compreensão.
A felicidade acontecerá. Os dias se ascenderão. As manhãs cantarão, as tardes e as noites resplandecerão. E tudo se acalmará.
* Rebiza

segunda-feira, 11 de maio de 2009

METAFORFOSE do Segundo Milênio

(baseada na belíssima obra de OVÍDIO_Metamorfose)


Darei a este diário
Um toque bem popular,
Por isso vim realçar
Obra de um grande ideário
Decifrando o imaginário,
O mito da criação,
Quando Ovídio em coração
Compos o “Metamorfoses”.
Falarei somente em doses
Com muita admiração!

É quase uma oração
Esta obra estudada,
Transformada parte dela
Em cordel, estruturada.
Mostrarei este Ovídio
Sem mentira e subsídio
Nesta poesia cantada.

Começou sua caminhada,
Março de quarenta e três,
Antes de Cristo ele nasce
E pra o mundo ele se fez.
Latino, este poeta,
E com semente indireta
Escreveu até pra Inglês.

Com a sua altivez
Nessa era ele compos
Entre os anos dois e oito
“Metamorfoses” expos.
Foi o mais ambicioso
Poema, e mais grandioso,
Que pra nós ele dispos.

Doze mil versos compos
Em sua mitologia,
Ele assim a destinou
Hoje para Academia.
Sendo tudo convencível,
Uma idéia admissível,
De nada se associa!

Este tesouro irradia
A total metamorfose,
Onde homens viram fontes,
Rios, pedras... Overdose!
Num universo estrutural,
Tudo ficcional
Verdadeira simbiose.

Seu poema é virtuose
Uma verossimilhança
Mascarando a realidade,
Comentário que não lança.
Nem reflexão se faz
De uma teoria a mais,
Nada tem de semelhança.

Ovídio fez aliança
Co’esta bela narrativa
Desdobrada em poema,
É cantada e abusiva.
E as origens deste mundo
Desenhadas bem a fundo
Global e evolutiva.

Narrativa em primitiva,
Começo da criação,
Chamamos cosmogonia
Que rendeu a relação
Entre o caos e entre a ordem,
Mas que isso nos transbordem
De estudo e de emoção.

Fez a sua evocação
Nesta gigantomaquia,
Fez a eliminação
De Saturno, sem magia,
Que pode ser comparada
A de Cronos e embalada
Por Zeus na Teogonia.

O poeta, em calmaria,
Atribui a criação
Do homem a Prometeu,
Um modelo em extinção,
Que separa o céu e a terra,
E Dermiugo se descerra
A fazer premonição.

E com esta descrição,
Este artista criador,
Vai modelando a imagem
Divina do Salvador.
Ovídio é fenomenal
Sempre intertextual
Fez o homem um leitor.

Quatro eras, este autor,
Apresenta em imediato
Lutam gigantes e deuses
Do Olímpio, um fato ingrato.
Relatando o verdadeiro
Mundo mítico inteiro
E hesiódico de fato.

Seguindo este relato
Com fidedignidade
Vem a idade do OURO
Sem repressão e vontade.
A lealdade e a justiça
Mesmo sem lei é premissa
Conservando a igualdade.

Punição e atividade,
Nesta era, sem ser mouro,
Não havia a repressão,
E a justiça, um ancoradouro.
Os homens eram contentes
Terra e paz, os ambientes,
Conheciam seu tesouro.

Nessa época de “ouro”
Homens colhendo as amoras
E cerejas nas montanhas,
Viam nas suas senhoras,
Assim como a primavera,
Que a brisa calma era,
As mais lindas das “Auroras”.

A fauna em suas afloras,
Os muitos rios de leite,
Néctares são dourados
Pra que a primavera enfeite.
A liberdade e o ócio
Parece ser sacerdócio,
Chegando ao fim o deleite.

Surge a PRATA, sem enfeite,
Surge um Saturno sombrio
Sob o domínio de Júpiter,
Traz o calor, surge o frio,
Encurtando a primavera
Nessa sucessão de Era
A Prata está por um fio.

Sem parecer arredio
O ar abafado soprou,
Sem abrigos e florestas
O boi se resfolegou.
Parecia uma desordem
E nessa premissa, a ordem,
Do homem desamarrou.

Chega o BRONZE, aportou,
Índoles adquiriram
Um caráter agressivo
Com rapidez emergiram.
E a atividade humana,
Condição de vida emana,
Seus efeitos conseguiram.

E por último surgiram,
Marcando a liberação
Cuja trapaça é total,
Homens, dissimulação.
Instalou-se em patamar
Era de FERRO a marcar
Chegando a conspiração.

Violência em prontidão,
Desejo de possuir,
O homem abriu suas velas
A ventos lhe progredir.
Sem conhecer navegantes
Cortam pinheiros, sem antes
Saberem que vão ferir.

Em tempos de competir
Construíram embarcações
P'ra transporem os seus rios
E em solo, demarcações.
Sugando a vitalidade,
A real felicidade,
De outras civilizações.

Forçaram a terra às ações
Que revelou sua riqueza
Escondida entre as sombras
Que um dia deu-lhes nobreza.
Sendo um metal precioso,
Raiz de um mal horroroso,
Sem critério e singeleza.

E no ar dessa tristeza
Encontraram o pecado
Junto ao OURO veio a guerra
Empilhando o abastado.
Ninguém sentia seguro
Cresce a matança e o escuro
Fazendo um triste legado.

Este homem acabado,
Filhos que mataram pais,
Estava subjugado,
Último dos imortais.
Nesta terra ensanguentada
Já não lhe restava nada,
Nem lembrar dos ancestrais!

Por pena desses mortais
Levou Júpiter defender,
Mandou raios, sem clemência,
Aos gigantes pra morrer.
Eles fariam da Terra
Uma pérfida na guerra
Sem o humano combater.

Triste clima, a comover,
Fez a Mãe Terra chorar,
Através daquele sangue
Que esta guerra fez jorrar.
Novos corpos são moldados,
Sendo eles recordados
P'ra sua forma voltar.

Terra que fez transformar
Descendência original,
Mesmo assim a nova raça
Manteve seu lado mal.
Pelos Deuses desdenhada,
Violenta e mal amada,
Filhos do sangue... E afinal?

* Rebiza